No hope, just lies

By Jully Andrade - 14:42


Sentada com a cabeça encostada no vidro gelado enquanto vejo a cidade passar lentamente saio de mim, me vejo de longe e os questionamentos começam.

Dia sim, dia não sinto que decepcionei aquela garota de 17 anos com opinião forte e ira constante. Quando foi que desisti de tentar consertar certos erros? E essas opiniões incabíveis, quando foi que comecei aceita-las? 

Aquela garota jamais estaria nos lugares que tenho estado, e constantemente procuro ver isso como um bom sinal, eu amadureci, aprendi a aceitar as pessoas e suas bagagens, entendi que existe um jeito certo de falar o que penso. Mas, há dias em que sinto uma espécie de torpor, um cansaço dessas pessoas, como se o simples fato de atura-las sugassem toda a minha energia. Talvez, ser isso, essa máquina compreensiva e política sugue toda a minha energia.

Não grito mais durante discussões intensas, nem sei quando foi a ultima vez que amei tão profundamente. Não vejo meus amigos mais antigos com frequência, e quando os reencontro sinto que eles não me reconhecem mais. 

Há vezes em que me sinto culpada, afinal, busquei tanto pelo amadurecimento, queria ser um ser humano melhor, mais centrado e compreensível, só que eu não sabia que a intensidade era o meu verdadeiro lar.



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