Sou uma das milhares de pessoas que passaria um dia inteiro escutando a chuva tocar o telhado da casa enquanto toma a quarta xícara de café e lê pela milionésima vez a página trezentos e oitenta e dois de seu livro favorito.
Ler me dá vontade de escrever e escrever me da vontade de viver e viver me da vontade de escrever, tudo em minha humilde sobrevivência acaba na escrita.
Chá gelado no calor, café fraco no frio. Cinco ou seis livros e três revistas esperando pela minha leitura no armário lilás embaixo da minha cama.
Enquanto eu escrevo nada além de mim existe, é como se eu por instantes pudesse conversar com a outra garota que reside em mim. Eu escrevo rascunhos, em um guardanapo usado ou em um belo papel de cartas, não importa onde, em qualquer lugar me transformo em palavras.
Eu quero escrever sobre escrever, pois quem escreve com o coração não tem segredos, tudo se torna palavras.