Eu sempre digo que fui criada da melhor forma possível, mas confesso que não lido bem com "nãos", desde que me conheço por gente tento transforma-los em "sim" a todo custo.
E onde eu quero chegar com isso? Quero chegar no dia de hoje, uma terça-feira de dezembro na qual eu me dei conta de minha autodestruição. E por incrível que pareça não é a primeira vez que sinto vontade de me desligar do mundo e viver no meu casulo apenas porque eu descobri que as coisas nem sempre são da forma que eu gostaria que fosse.
Sabe, eu sempre acho que já aprendi bastante, mas só percebo que sou nova demais, inexperiente demais, esperançosa demais e tola demais. E isso nos leva novamente a autodestruição, aquela que me desliga de todos os planos que criei e de todas as pessoas que não disseram sim.
E então eu me dei conta que vivemos sempre o mesmo ciclo. Eu ainda escrevo em blocos de notas e as pessoas ainda são previsíveis.
Você já reparou que nesta cidade sempre tem a mesma coisa banal para fazer no final de semana? E essa coisa banal é a mesma coisa que a sua mãe fazia nos fins de semana há 20 anos atrás? Na sua escola tem sempre o cara bonitinho que vive por status e as mesmas garotas fúteis que vivem por aparência e daqui há alguns anos você trabalhará em um lugar que também terá um cara que vive por status e uma mulher que não aceita a idade que tem e vive de aparência.
É sempre o mesmo ciclo e isso tem me tirado o sono, pois me sinto estranha ao perceber que os caras que estudaram comigo ainda pensam igual e que as garotas ainda vivem da mesma forma.
E eu tenho 20 anos e quero ser melhor, fazer melhor, ter o melhor e eles tem seus 20 e poucos e vivem da mesma forma que viviam há anos atras. O ciclo é o mesmo, as pessoas são as mesmas, o lugar é o mesmo, mas eu não sou a mesma.