E então não há ninguém por perto, enfim estou sozinha. Agora sou apenas eu, minhas músicas velhas e tão calmas, meus pensamentos, minhas memórias, minhas vitórias e meus problemas.
Isso me lembrou alguns anos atrás, quando meu avô comprava os jornais logo pela manhã, ele fazia as cruzadas e jogava Sudoku antes de me entregar-lo e então, nas últimas páginas, logo abaixo das respostas das cruzadas estava ele: O jogo dos 7 erros. Os olhos brilhantes e arregalados enquanto minha mente disparava repetidamente a frase: "Agora começa a minha diversão".
Era o que eu estava fazendo ali, sozinha, com minhas músicas velhas e calmas, meus pensamentos confusos, minhas memórias boas e ruins, minhas vitórias contornada por balões pontudos e coloridos e meus problemas em murais vermelhos e aterrorizantes, eu estava procurando os erros, os meus erros.
E acredite, não é divertido como costumava ser. Isso me apavora. Me apavora saber que estou errando e eu sempre sei quando estou. As mãos suam, um nó se forma na garganta, as cicatrizes do antebraço ficam mais nítidas, os sentimentos se camuflam e eu nunca sei se estou bem.
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