Nós tínhamos nossa música e inúmeras outras nos lembrava um ao outro. Eu tapei os olhos com as mãos durante tanto tempo que às vezes ao me olhar no espelho sinto vergonha e pena de mim mesma, porém, não me arrependi de nenhum dos 1491 dias que te amei ou dos 742 que estive com você.
Minha mãe insistia em repetir "Viu, eu disse para você não fazer isso! Só aprende errando, mesmo". E foi assim que aprendi com tudo em minha vida, errando, sujando as mãos, rasgando as pernas e vendo outras pessoas errar, porque eu sou do tipo inconveniente que soca a pedra 55 trilhões de vezes antes de, enfim, compreender que ela não vai amolecer.
Eu fui feliz por estar com você e sou ainda mais feliz por não te-lo mais em meu viver. Esqueci a sua idade, o número do teu celular, o nome da tua mãe, o teu sobrenome e o teu jeito te falar. Esqueci tua voz e sorrir por dias, e mesmo quando falei de ti não senti dor ou raiva, quando repeti as gírias que tu tanto repetia não senti saudade ou medo.
Nas noites que sonhei com outros e nos dias que desejei outros um alívio preencheu meu corpo, por que mesmo morrendo de vontade de saber como o meu melhor amigo está, eu quero que o meu antigo amor permaneça distante.
E hoje, 365 dias após o adeus mais triste que dei, eu me sinto livre e desejo paz, amor, felicidade para sempre, para ambos e para o mundo. Por que amor, o amor não acaba, mas quando não regado diminui o suficiente para se tornar invisível.
Sempre que escutava a música "Hasta que llegues tú" da Anahí eu imaginava o dia em que tudo ficaria bem, então quando a escutei hoje e recordei que um ano havia passado desde a última conversa com o cara que mais amei até então, eu senti que estava preparada para escrever sobre ele e sobre o que sinto.
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